david. @ 21:07

Sex, 02/10/09

 

José Sócrates venceu as eleições legislativas do passado domingo. Não encontro explicação. A maioria absoluta que conquistou em 2005, e que agora perdeu, foi-lhe dada por um eleitorado farto da instabilidade e das confusões do governo PSD/CDS, confiante numa candidatura que prometia modernidade, inovação, esperança... apostando na educação e num choque tecnológico. Um eleitorado que certamente não voltaria a votar PS, depois do fracasso deste governo. E não tenho receio em dizê-lo porque é uma evidência, senão vejamos.

Na educação não foi capaz de fazer uma reforma do sector, bem pelo contrário. Pela mão de uma ministra arrogante, criou uma guerra com os professores que mergulhou as escolas num campo de batalha. As novas oportunidades foram um pretexto para entregar qualificações a quem não as merecia, e que continuou a não merece-las, e quem por lá passou sabe disso.

Na saúde só gente com pouca inteligência se esquece da forma como foram encerradas as maternidades e serviços de urgência por todo o país. Sem alternativas, sem diálogo, sem explicações. Continuaram a haver hospitais construídos por parecerias público-privadas, com todos os prejuízos que isso acarreta para o estado.

Na justiça não existiu uma vontade de fazer mudanças de fundo. Também não nos esquecemos do novo código do processo penal, que há uns tempos pôs em liberdade suspeitos perigosos que deveriam estar em prisão preventiva.

Agricultura, cultura e ambiente foram áreas que não mereceram qualquer atenção. Mas ministros que não chamassem a atenção não foi o que faltou a este governo. A dupla Lino e Pinho foi bastante eficiente nesse aspecto.

 

Feito o retrato desta legislatura ficamos com algumas interrogações acerca da vitória do PS. Falta de alternativa no PSD? Sim, é verdade. O PSD com Manuela Ferreira Leite, em vez de se revitalizar e rejunescer, voltou ao passado e aos pesos pesados. O que lhe sobrou em verdade, faltou em eficácia e dinamica. Algo que o PS soube aproveitar, com estratégias de comunicação que funcionáram.

 

O CDS surpreendeu. Com uma campanha em que apostou tudo, Paulo Portas vê as suas palavras voltarem a ganhar importancia no panorama político.

O Bloco de Esquerda teve uma vitória relativa. Ficou a 0,6% de ser o terceiro partido, mas a razão da frustação do BE não deve passar tanto por este facto, mas antes por ser o CDS a conseguí-lo.

A CDU voltou a reclamar vitória, mas é impossivel esconder a evidencia. 14 Mil novos votos é pouco para um partido que quer uma 'ruptura'.

 

Vamos esperar pelas autárquicas...



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